top of page
Buscar

"Em memória de mim..."

Você já parou para pensar por que Jesus usou algo tão simples como pão e vinho para nos ensinar uma verdade tão profunda? A Santa Ceia é muito mais do que um ritual; é um encontro poderoso entre o ordinário e o extraordinário, o simples e o divino, o comum e o sagrado. As palavras "Em memória de mim..." atravessam o tempo, sustentam nossa fé e nos apontam para um futuro glorioso.

Imagem de uma coroa de espinhos no topo, seguida pela frase em destaque "Em memória de Mim..." em fonte cursiva marrom. Abaixo, há um pedaço de pão, um cacho de uvas e uma taça com vinho tinto, onde o vinho parece estar sendo derramado. No rodapé, há uma referência bíblica "1 Coríntios 11:24-26". A imagem faz alusão à Ceia do Senhor, com elementos que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo
"Em memória de mim..." 1 Coríntios 11:24-26

"Este é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto, em memória de mim... Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, em memória de mim... Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha."


Naquela noite especial, Jesus não estava apenas partilhando uma refeição com os discípulos. Era a celebração da Páscoa, o momento mais sagrado para os judeus, que lembrava a libertação do povo do Egito, quando Deus os resgatou da escravidão após longos 400 anos. A Páscoa, conhecida como "Pesach" em hebraico, era um evento cheio de significados: relembrava o livramento das dez pragas, especialmente a última, em que o anjo da morte passou sobre as casas marcadas com o sangue do cordeiro sacrificado, poupando apenas os primogênitos de Israel.


Só que, dessa vez, o significado foi levado a um nível completamente novo. Jesus estava preparando Seus amigos para a libertação definitiva, não apenas de um cativeiro físico, mas de um cativeiro espiritual — o pecado e a morte. Ele pegou elementos familiares — o pão e o vinho — e os transformou em algo que marcaria para sempre a nossa fé.

Já se perguntou por que Jesus escolheu o pão e o vinho, coisas tão simples e comuns, para simbolizar algo tão grandioso? A resposta está justamente na simplicidade desses elementos. O pão e o vinho eram parte do cotidiano das pessoas na época. O pão era o alimento básico, presente em quase todas as refeições. O vinho, além de ser consumido frequentemente, tinha uma importância cultural e religiosa: era usado em celebrações, festas e nos momentos de adoração.


Ao escolher o pão, Jesus estava utilizando algo que era acessível a todos, um alimento comum que sustentava a vida diária. O pão sem fermento (matzá), utilizado na Páscoa, tinha ainda um significado especial: representava a pressa da saída do Egito, quando não havia tempo para esperar a massa levedar, e também simbolizava a pureza, pois o fermento era associado ao pecado. Quando Jesus declarou: “Este é o meu corpo, que é dado por vocês”, Ele estava mostrando que, assim como o pão era essencial para a vida física, o Seu sacrifício era essencial para a vida espiritual. Ele Se fez "pão da vida" (João 6:35), aquele que sustenta e dá verdadeira vida à alma. O vinho, por outro lado, era um símbolo de alegria e celebração, mas também de aliança. Era tradição que durante a refeição da páscoa, quatro cálices de vinho fossem bebidos, cada um representando uma das promessas de Deus de libertação.(Êxodo 6:6-7). Quando Jesus pegou o cálice e disse: “Este é o meu sangue, o sangue da nova aliança”, Ele estava selando um novo pacto, algo que o povo entendia bem, pois alianças na cultura judaica frequentemente envolviam sacrifícios e derramamento de sangue. O vinho simbolizava o sangue que seria derramado por todos nós, purificando e trazendo vida nova.


A escolha de elementos tão simples também reflete a própria mensagem de Jesus: Deus se revela no comum, no cotidiano. Ele se faz presente nos momentos mais simples da vida. O pão e o vinho nos lembram que a graça de Deus não é complicada; é acessível, disponível a todos. Essa simplicidade reflete o coração do Evangelho: a salvação é oferecida de graça, para todos que creem, sem distinção. Tenho lido um livro incrível de Tish Warren, "A liturgia do Ordinário", onde ela mostra como a vida cristã é vivida nos detalhes cotidianos e nas pequenas rotinas. Da mesma forma que o pão e o vinho, elementos ordinários, tornam-se veículos para uma experiência extraordinária com Deus, nossa fé é alimentada nas coisas simples do dia a dia. Deus nos encontra e transforma o comum em sagrado, mostrando que, por meio de gestos rotineiros, podemos experimentar a profundidade da presença dEle.


Sinceramente, Deus é um verdadeiro especialista quando se trata de transformar o que parece sem importância em algo grandioso. Olhe para as histórias da Bíblia: um pequeno pastor chamado Davi se torna o rei de Israel; uma jovem "comum" chamada Maria, é escolhida para ser a mãe do Salvador; e cinco pães e dois peixes se tornam o suficiente para alimentar milhares. Com isso, Deus nos ensina que são os momentos mais simples e as coisas mais comuns que Ele escolhe para revelar Sua glória e fazer algo extraordinário. Adoro uma citação de Chesterton que diz assim:

"Vou sentar-me e deixar que as maravilhas e aventuras pousem em mim como moscas. Há muitas delas, garanto. O mundo nunca sofrerá com a falta de maravilhas, mas apenas com a falta da capacidade de se maravilhar." - G. K. Chesterton em Pequenas Trivialidades

A Santa Ceia também aponta para o que está por vir. Quando participamos do pão e do vinho, estamos não só lembrando o que Jesus fez por nós, mas também esperando ansiosamente pelo dia em que estaremos com Ele na mesa celestial, celebrando a vitória definitiva sobre todo o mal. Naquele momento, Jesus prometeu aos discípulos que não beberia do fruto da videira até que tudo se cumprisse no Reino de Deus (Mateus 26:29). Isso significa que cada vez que celebramos a Ceia, é como se disséssemos: "Estamos aguardando a Tua volta, Senhor!" – um lembrete de que nossa fé aponta para o futuro, para o dia em que viveremos eternamente com Ele.


Celebrar a Ceia é como renovar nossos votos com Deus. Ao tomarmos o pão e o vinho, reafirmamos nossa aliança com Ele, lembrando que pertencemos a Cristo. É um momento de parar e refletir: "Como está minha caminhada com Deus? Tenho vivido à altura do sacrifício de Jesus?". Essa prática não é só um ritual; é um combustível para a nossa fé, um lembrete de que, por meio de Cristo, temos acesso à vida eterna e somos chamados a viver como Seus seguidores aqui e agora.


Portanto, quando você se sentar à mesa da Ceia, lembre-se: isso não é apenas um memorial de um evento do passado. É uma ponte que nos conecta ao sacrifício de Jesus e ao futuro glorioso que Ele prometeu. Em cada pedacinho de pão e em cada gole de vinho, há uma mensagem poderosa: fomos libertos, estamos sendo sustentados e seremos glorificados.



Com amor e fé,

Cristão Teólogo.







​Dúvidas ou Sugestões

Obrigado pelo envio!

© 2035 por Quebra-cabeças. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page